Entrevista #03 - Osvaldo Ruiz (Free Comic Book Day)

Ele se diz um artista amador, mas de amador, Osvaldo Ruiz não tem nada. Artista freelancer e amante de quadrinhos desde que se entende por gente, tem um talento nato para o desenho, mesmo trilhando vários caminhos durante sua vida, quadrinhos sempre foi um de seus amores principais, e hoje iremos apresentar a vocês o Osvaldo e falar um pouco da trajetória dele com quadrinhos, sua arte, e planos para o futuro como artista.

(CS) Fala Osvaldo tudo bem? Vi seus desenhos e achei eles muito top! Sua Commission do Thor ficou sensacional (haha). Diz pra mim, quando foi que você descobriu esse desejo por desenho?

(OR) Opá tudo ótimo. Cara, foi quando criança ainda por volta dos meus 8 anos, que descobri o desejo pelo desenho, desde pequeno eu faço uns rabiscos (haha). Mas hoje estou mais treinado tenho estudado bastante, voltei a desenhar faz uns 7 anos, e vi um desenvolvimento muito bom em como eu desenho, e as pessoas também falam que gostam muito do meu trampo (haha).

(CS) E você teve alguma inspiração pra se tornar desenhista? Que artistas você diz assim "Cara foi esse aqui que me motivou"

(OR) Ah são muitos, Barry Windsor Smith, Frank Miller, John Romita Jr, e o principal que foi o Jim Lee, mas a lista é bem extensa.

(CS) Sim (haha) Difícil realmente ter apenas um, todos grandes mestres do desenho, mas são ótimas referências de verdade. Você tem desenhado mais super-heróis ne pelo que tenho visto, o que você tem mais curtido desenhar ultimamente, como tem sido também os trabalhos com desenho? Vi que trabalhado muito com Commissions.

(OR) Olha, ultimamente por mais que eu ame desenhar super-heróis, eu tenho gostado mais de desenhar personagens que me tiram da zona de conforto me colocam em outra posição para eu conseguir aprender mais e evoluir como artista.

No início, publicar as Commission foi uma mudança de status quo pra mim, eu sou muito inseguro com meus desenhos, eu nunca acho que estão realmente bons, aí um dia eu publiquei e fiz um anuncio achando que ninguém ia dar valor, e deu super certo, e tem dado até hoje o que me deixa muito feliz.

Uma Commision em especial que eu gostei muito de fazer, foi o Invincible, pois não conhecia ainda a personagem e foi realmente prazerosa de fazer, do Mark e do Alen tirando uma selfie(haha).

(CS) Sim, é bom ter essa visão de tentar se desafiar, deve ajudar muito a aprimorar sua arte, porque aí conhece personagens novos e consequentemente novos desafios. Já recebeu alguma proposta pra desenhar algum quadrinho, ou pelo menos algumas páginas de algum?

(OR) Já sim, já recebi proposta, na verdade eu tenho umas páginas que eu publiquei a alguns anos atrás com uma galera independente aqui de Ribeirão Petro, mas eu sou muito critico com meu trabalho, eu olho pra elas e penso “Uhm... da pra melhorar e muito”. E tenho um projeto rolando que não posso divulgar ainda mas estão acontecendo aos poucos.

(CS) É pelo que vejo você e super dedicado e critico consigo mesmo, então só tem a crescer, e vou ficar de olho nesse futuro projeto (haha). E como tem sido esse processo de vida dupla entre o trabalho e a vida de desenhista?

(OR) É eu tenho que me organizar na verdade (haha). Eu tenho um emprego que é completamente fora da área de quadrinhos, e meu tempo é muito limitado então toda minha produção artística é feita de noite.

Mas por enquanto tudo tem ido bem, em atender todas as demandas, o tempo de trabalho e das commissions estão muito bem divididas em relação a todos os prazos que tenho para entrega.

Eu tenho vários esboços que gostaria de mostrar nas redes, mas por questão de tempo não consigo, se os dias tivessem 48h tudo seria perfeito (haha). O Brasileiro já é um super-herói de berço, a gente tem que se virar do jeito que pode, mas eu espero em breve estar me dedicando só pro desenho/Commission é algo que eu desejo muito.

(CS) Cara que maneiro você tem esse desejo de trabalhar full-time com quadrinhos, tudo é possível hoje em dia e pelo que temos conversado você não mede esforços para tal. Mas diz pra mim uma coisa, o que tem sido desenhar pra você, como isso tem te ajudado além de ser seu hobby/trabalho?

(OR) Tem me ajudado em vários aspectos, tanto financeiro quanto psicológico. Eu nunca tive muita fé no meu trabalho, sempre fui inseguro, então quando o pessoal vem e elogia e curte meu trabalho isso me ajuda muito me mantem motivado, e psicologicamente isso tem me deixado bem feliz.

(CS) E como tem sido nos eventos, vi que você foi a várias Comic Con Experience (CCXP), você tem divulgado seus trabalhos por lá, tem se inteirado bastante com outros artistas do meio?

Eu tento toda vez que vou para Comic Con Experience (CCXP), levo meu portifólio lá no estande da Chiaroscuro, e todo ano o Joe Prado me dá umas dicas de onde eu posso melhorar, e eu gosto muito disso, ele sempre mostra onde eu posso evoluir e o caminho que tenho que seguir.

Eu tento da melhor forma fazer meu nome ser visto pela galera, eu fiz mais ou menos uns 60 sketch cards do Batman (CCXP2019), nele tinha meu instagram para o pessoal poder olhar e conhecer mais do meu trabalho e sai distribuindo pra todo mundo que é do meio (haha). Eu não quero ser um “rockstar” dos quadrinhos, só quero estar envolvido, fazer meus commissions, desenhar um quadrinho inteiro é meio que um sonho, mas sei que estou no caminho certo para realizar isso.

(CS) Para finalizar, pro pessoal que está vendo seu trabalho que temos a honra de estar divulgando durante o Free Comic Book Day, você gostaria de deixar uma mensagem pro pessoal que vai ver seus trabalhos?

Primeiramente, eu queria deixar pro pessoal que para mim é uma honra ter meu trabalho exposto assim, é algo que eu não imaginava de verdade, é meio como viver um sonho. E é um trabalho de fã para fã, que é feito com amor, carinho, respeito e dedicação.